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A Esperança Na Caixa de Chicletes Ping Pong

A ESPERANÇA NA CAIXA DE CHICLETES PING PONG no Teatro J. Safra

A Esperança Na Caixa de Chicletes Ping Pong

Com texto de Clarice Niskier inspirado na obra poético-musical de Zeca Baleiro.
Quando criança a atriz Clarice Niskier brincava de inventar histórias ao lado de uma vitrola. Ela falava e era acompanhada por uma trilha sonora. Seus pais, e sua irmã mais velha, adoravam música brasileira. Ela escolhia os LPs preferidos e colocava a melhor música para cada cena que vivia. Geralmente, as histórias tinham relação com os fatos cotidianos. Ela os recriava. Ela opinava, ela brigava, ela ficava triste, ela ficava alegre. Gostava de brincar sozinha. Ela se conhecia. Mal sabia ela que existia um lugar chamado Teatro que anos depois seria como o quarto de sua casa.

Em 2021, Clarice Niskier completa 40 anos sobre o tablado. E apaixonada pela música popular brasileira, a atriz trançou suas memórias, histórias e reflexões com 45 canções do compositor e cantor Zeca Baleiro. Cada canção inspirou a atriz a elaborar uma cena que tem relação com o Brasil, com a sociedade, com a sua vida. Algumas canções estão na íntegra, e a ouvimos na gravação original de Zeca Baleiro. Outras, são ditas, em versos escolhidos. O texto de Clarice e a poesia do compositor se entrelaçam de maneira fluida e orgânica. A peça, de forma lúdica, poética, reflete, principalmente, sobre a ética no mundo contemporâneo. Uma ética que só pode ser vivida em liberdade. Uma liberdade que exige refinamento para se viver em sociedade. Segundo a atriz, “só haverá saída para o impasse político, social e econômico no nosso país se houver uma discussão profunda sobre o que é ética para os brasileiros”.
Escrita em versos que ora lembram um cordel, ora lembram um samba de breque, ora lembram letras de músicas, e tendo também como referência textos de Sergio Buarque de Holanda, Ferreira Gullar, Hélio Pellegrino, Eduardo Galeano, Chico Buarque e Yuval Harari, o texto de Clarice vai seguindo o vasto continente da obra do compositor popular que celebra uma nação solidária, plural e singular, para além da subserviência à modelos importados. “Sempre amei a música popular brasileira. É um continente de valor inestimável, onde uma teia de relacionamentos éticos, étnicos e estéticos se agigantam constantemente. Faço uma demarcação deste Parque Nacional Artístico e digo aos amigos que fico. Escolho Zeca Baleiro para falar desse momento do mundo e do Brasil, para ancorar meus afetos, minha vontade de permanecer aqui, apesar de tudo. Hoje, as canções de Zeca Baleiro radiografam meus estados de alma, me aproximam de um Brasil que eu quero conhecer cada vez mais. Existe um Brasil que nos encanta. Nele existe um patrimônio imaterial extraordinário. O trabalho de Zeca Baleiro revela esse patrimônio. São diversos ritmos, sons, melodias. Os versos se harmonizam, se contradizem, há sentimentos de esperança, desesperança. “A vida é dura, irmão/ A vida é dura/ Cheia de fúra/ Amor e dor/ Paixão/ Cobiça e ira/ Mais uma razão para não viver a vida de mentira”, canta o compositor em “Mentira”. Erudição, natureza, cultura, questionamentos, tudo misturado de forma lúdica e lúcida. Saudar este patrimônio é engajar-se em um Brasil que nos aponta algumas saídas. Ele contém o cheiro da terra, a água do rio, as fábulas da infância, a sensualidade bendita, as lutas que valem a pena. Estamos respirando debaixo d’agua como uma árvore sob a cheia de um rio. E vamos sobreviver. Assim como a árvore, temos também nas células a memória de que já fomos água. Na poética está a ética ou, já que estamos pós-tudo, a pós-ética que nos fará seguir em frente”, afirma a atriz.

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Date

01 Mai 2022
Expired!

Time

21:00

Localização

Teatro J. Safra
Teatro J. Safra
Rua Josef Kryss, 318 - Parque Industrial Tomas Edson, São Paulo - SP, 01140-050, Brasil
Novembro 2024
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